Sob o lema "Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todos e todas por um Estado laico", a Paulista já mobilizava a multidão logo no início do evento.Famílias com crianças, jovens e veteranos de outras Paradas dividiam espaço na tradicional via paulistana, palco do ato há mais de duas décadas.
Para Nelson Matias, sócio-fundador da ONG Associação da Parada do Orgulho LGBT, organizadora do evento, a hora é de festejar, "mas também reivindicar nossos direitos". "Estamos aqui em nome do amor, da tolerância e da diversidade", diz.
Ele explica que a temática da defesa do Estado laico foi escolhida por abranger não só a causa LGBT, mas também os direitos das mulheres e de outras religiões de matrizes africanas, ameaçadas pelo "fundamentalismo" no qual, segundo ele, é calçada a atuação da bancada evangélica no Congresso.
"A religião não pode ocupar o espaço do Estado. Não podemos deixar que uma teocracia se instale no país", diz Matias.
Ele cita o projeto de lei que criminaliza a homofobia, emperrada há 16 anos no Congresso, como um exemplo de atde atuação da bancada evangélica que atinge frontalmente as lutas por direitos da comunidade LGBT.
O Estatuto da Família e a retirada da discussão de gênero no Plano Nacional de Educação também são considerados por Matias retrocessos avalizados pelos parlamentares evangélicos em Brasília. "Os direitos foram conquistados através do Judiciário, mas o Legislativo quer criar leis para anular essas conquistas", diz.
Com a ausência do prefeito João Doria (PSDB), a prefeitura, que investiu R$ 1,4 milhão na estrutura do evento, foi representada pelo vice, Bruno Covas. Doria viajou para Porto Rico para comemorar o aniversário de 15 anos da filha.
"Há duas grandes razões para isso [o investimento]", disse Covas. "A primeira é mostrar que São Paulo respeita a diversidade e também que a cidade está creditada para receber um evento como esse. É uma alternativa para gerar empremprego e renda para a nossa população".
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